Depuração de moluscos bivalves
Resumo
O apoio ao controle higiênico-sanitário da produção de moluscos é uma importante frente de trabalho da Epagri. As ações da Empresa nessa área envolvem estudos ambientais, investigações sobre fontes de poluição aquática, estruturação e apoio ao monitoramento da qualidade dos moluscos produzidos, educação de maricultores, processadores e comerciantes sobre a legislação vigente, além do apoio à implantação e adequação de estabelecimentos processadores de moluscos de acordo com as diretrizes legais. Em 2012 o governo federal instituiu o Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves, um conjunto de regras que modernizou os controles nessa área. Esse programa estabeleceu práticas alinhadas com diretrizes internacionais para controlar riscos relacionados à presença de microalgas produtoras de toxinas e a poluição de origem fecal nas áreas de cultivo de moluscos. Uma das alternativas previstas no programa para controlar especificamente os riscos relacionados à poluição fecal é a depuração em ambiente controlado, objeto do presente Boletim Didático. A depuração de moluscos, apesar de ser uma prática amplamente adotada em grandes centros produtores de moluscos pelo mundo, acabou sendo pouco difundida em Santa Catarina. Esse boletim tem o objetivo de disponibilizar informações aos envolvidos com a cadeia de produção e comércio de moluscos sobre os objetivos, as estruturas necessárias e como essa prática funciona. Como ainda existem poucas experiências com depuração de moluscos em escala comercial no Brasil, as informações apresentadas se baseiam na experiência internacional. Usamos como base para esse boletim o documento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), intitulado “Depuração de Bivalves: fundamentos e aspectos práticos” (Bivalve depuration: fundamental and practical aspects), além de relatos de resultados de pesquisas feitas no Brasil.