Métodos para obtenção de sementes de mexilhões alternatvos à retrada de bancos naturais

Autores

  • André Luis Tortato Novaes
  • Everton Gesser Della Giustna
  • Robson Ventura de Souza

Resumo

Santa Catarina é o maior produtor de moluscos marinhos do Brasil, tendo produzido 21.553,7 toneladas em 2014, o que representa a quase totalidade da  produção nacional. O cultivo de moluscos em Santa Catarina baseia-se em três espécies: as vieiras (Nodipecten nodosus), 30,2 toneladas; ostras (Crassostrea gigas), 3.670,4 toneladas; e mexilhões (Perna perna), 17.853,1 toneladas. A  produção desta última é de longe a mais significativa. 

Para o cultivo comercial de mexilhões, é necessário que sementes estejam disponíveis em quantidades suficientes. Os métodos para a obtenção de sementes de mexilhões em Santa Catarina abrangem a explotação de bancos naturais, a utilização de coletores artificiais e o aproveitamento de sementes que se assentam naturalmente sobre as estruturas de cultivo. Além disso, desde 2006 uma nova técnica, desenvolvida por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina e a Fazenda Marinha Atlântico Sul, vem sendo adotada no Estado. Essa técnica se chama assentamento remoto de larvas de mexilhões e permite a realização no mar da fase final da cultura de larvas produzidas em laboratório. 

Mesmo com a disponibilidade de diferentes alternativas, a obtenção de sementes  de mexilhões ainda é um problema em muitas localidades de Santa Catarina. De acordo com o estudo intitulado Malacocultura em Santa Catarina: maricultores extensionistas e pesquisadores apontam problemas e demandas (VENTURA et al., 2011), um dos problemas mais importantes enfrentados por maricultores no Estado é a dificuldade para obtenção de sementes de mexilhões.  Entre os produtores entrevistados nesse estudo, 72% afirmaram ter dificuldades para obter sementes e uma dificuldade frequentemente citada foi a  falta de licença de exploração de bancos naturais. 

A problemática para a obtenção de sementes de mexilhões tende a se acentuar com as restrições do uso dos bancos naturais. Nos últimos anos, licenças para extração de sementes de bancos naturais vêm sendo emitidas com menos frequência, somente em situações específicas. Além disso, os órgãos ambientais estabeleceram restrições a essa prática nas licenças ambientais emitidas para a  atividade de malacocultura em Santa Catarina. Por esse motivo esse documento  foi desenvolvido com o objetivo de apresentar informações sobre os principais  métodos de obtenção de sementes de mexilhões alternativos aos bancos naturais.

O documento é um produto do projeto “Monitoramento ambiental e gestão de parques aquícolas licenciados para a atividade de malacocultura em Santa Catarina”, objeto de convênio entre a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). O boletim possui informações  compiladas de documentos produzidos pela Universidade Federal  de Santa Catarina e pela própria Epagri, além de informações obtidas junto a produtores e técnicos da área. Procuramos apresentar os conteúdos de maneira  simples e didática, visando ao repasse das informações ao maricultores. 

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Biografia do Autor

Robson Ventura de Souza

C.P. 502, fone/fax: (48)3665-5050, e-mail:

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Publicado

2018-10-25

Como Citar

Tortato Novaes, A. L., Della Giustna, E. G., & Ventura de Souza, R. (2018). Métodos para obtenção de sementes de mexilhões alternatvos à retrada de bancos naturais. Boletim Didático, 1, 44. Recuperado de https://publicacoes.epagri.sc.gov.br/BD/article/view/391