Dormência e indução à brotação de árvores frutíferas de clima temperado
Abstract
As fruteiras de clima temperado caracterizam-se pela queda das folhas no final do ciclo, no início do outono, e a consequente entrada em dormência. Para sobreviverem ao período hibernal, elas desenvolvem um mecanismo de adaptação que passa pela aquisição da resistência ao frio e de controle do crescimento que se chama dormência. Durante este período, a planta não apresenta crescimento visível, porém, as atividades metabólicas continuam, embora com intensidade reduzida. A dormência é definida, segundo Champagnat 1983, como “a última etapa de uma cascata de inibições correlativas, cuja fonte vai se aproximando cada vez mais da gema considerada” Este processo ocorre em todas as fruteiras de clima temperado, com maior ou menor intensidade, dependendo da espécie e do cultivar, preparando-se para a saída da dormência, brotação e início de um novo ciclo vegetativo. Tanto a regularidade quanto a quantidade de frio são indispensáveis para a superação natural da dormência. Em condições de insuficiência em frio hibernal, fruteiras de clima temperado apresentam anormalidades em relação à brotação, tendo repercussão durante o ciclo vegetativo e acarretando a redução tanto da produtividade quanto da qualidade dos frutos produzidos. No Sul do Brasil, a maior parte do cultivo de frutos de clima temperado está localizada em áreas onde a necessidade em frio das principais espécies não é plenamente satisfeita. Nesse sentido, em condições de invernos mais amenos, diversas práticas para a superação artificial da dormência têm sido utilizadas com o objetivo de amenizar alguns dos problemas decorrentes da deficiência de frio, proporcionando brotação e floração adequadas nas principais espécies de clima temperado. Baseado nas informações de pesquisa acumuladas nos últimos 30 anos, o presente trabalho tem como objetivo apresentar informações básicas sobre a fisiologia da dormência e orientar o manejo de fruteiras de clima temperado produzidas no sul do Brasil.