Estimativas de perdas de solo por erosão hídrica por meio da Equação Universal de Perdas de Solo
Keywords:
Erosão, Conservação do solo, Terraceamento, Software hidrológicoAbstract
A erosão hídrica é a principal causa de degradação de solos agrícolas devido à remoção de partículas de solo e de nutrientes da camada superficial. Ela é provocada pelo desprendimento e a consequente desagregação das partículas do solo pelo impacto da chuva, ocasionando o selamento superficial, reduzindo a taxa de infiltração de água e aumentando o escoamento superficial. As consequências diretas da erosão são a redução da capacidade produtiva dos solos em razão da perda da camada de solo com melhor condição de fertilidade, estrutura e conteúdo de matéria orgânica. As principais consequências indiretas são o assoreamento dos rios e reservatórios e a contaminação dos recursos hídricos pelo carreamento de fertilizantes (BERTONI & LOMBARDI NETO, 2012; CASSOL et al., 2008). De acordo com Machado & Wadt (2021), a erosão hídrica está entre os mais relevantes processos determinantes da degradação das terras na agricultura brasileira, tornando a adoção de práticas adequadas para seu controle um dos grandes desafios para a sustentabilidade da produção de grãos no Brasil. Pimentel et al. (1995) apontam que a erosão é uma das maiores ameaças para o desenvolvimento sustentável e para a manutenção da capacidade produtiva da agricultura. A degradação do solo devido à erosão tende a aumentar os custos de produção e também a pressão pela expansão de novas fronteiras agrícolas. Dessa forma, para promover uma agricultura sustentável, deve-se buscar técnicas que diminuam as taxas de erosão para níveis sustentáveis, isto é, taxas de perdas de solos menores que a capacidade de regeneração do solo, sem comprometer seu potencial e qualidade para as presentes e futuras gerações. A Equação Universal de Perdas de Solo (EUPS) permite estimar as perdas de solo por erosão como o resultado da interação entre fatores do potencial erosivo da chuva, da suscetibilidade do solo à erosão, da topografia do terreno (comprimento e declividade de rampa) com fatores de manejo de solo e culturas e práticas conservacionistas complementares (LAL, 2000). O potencial erosivo das chuvas e a topografia do terreno originam a energia capaz de causar erosão, enquanto a suscetibilidade do solo à erosão, o manejo de solo e culturas e as práticas conservacionistas representam as barreiras dissipadoras desta energia. O princípio básico do controle da erosão está, portanto, associado à mitigação da energia cinética (impacto) das gotas de chuva que atingem a superfície do solo, bem como à redução da energia cinética da enxurrada. Assim sendo, para alcançar um eficiente controle da erosão é necessário integrar o uso de práticas de manejo de solos e culturas às práticas conservacionistas complementares de modo a reduzir o efeito do impacto das gotas de chuva sobre o solo e reduzir o volume e a velocidade da enxurrada (DENARDIN et al., 2005). A compreensão dos fatores que afetam os processos erosivos e sua quantificação é fundamental para o planejamento de práticas de manejo e conservação do solo. A predição de perda de solo por erosão hídrica é um dado importante para a elaboração de um plano de cultivo conservacionista ou para a recuperação de áreas degradadas (COGO et al., 2003). Este Boletim tem como objetivos revisar os parâmetros da Equação Universal de Perdas de Solos, apresentar os principais métodos de estimativa e servir como manual para HidroEUPS, que é uma ferramenta disponibilizada para facilitar os cálculos e simulações de perdas de solo por erosão hídrica para diferentes condições edafoclimáticas e práticas de manejo.
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