Declínio e morte de videiras no estado de Santa Catarina: causas e alternativas de controle
Abstract
A viticultura é uma importante atividade agrícola desenvolvida na Região Sul do Brasil. Em Santa Catarina, a cultura da uva está presente em praticamente todas as regiões, com destaque para o Alto Vale do Rio do Peixe, a região tradicional de cultivo, e alguns polos de produção na Região Serrana, no sul e no oeste do Estado.
Historicamente, os viticultores enfrentaram problemas de mortalidade de videiras, com registros de muitos casos de perdas de vinhedos inteiros. Essa questão geralmente foi atribuída a uma única causa, ou seja: a cochonilha de solo que infesta as raízes de videiras, conhecida como pérola-da-terra ou margarodes. O desenvolvimento de pesquisas permitiu conhecer melhor o problema e a identificação de múltiplas causas. A ação conjunta da pérola-da-terra e de fungos de solo e de lenho, bem como solos com alto teor de argila e aeração deficiente, certamente atuam simultaneamente no enfraquecimento e consequente morte de videiras.
Para lidar com essa questão complexa e multifacetada, as pesquisas têm sido direcionadas para diferentes alvos e avanços significativos têm sido obtidos nos últimos anos, tanto no desenvolvimento e na validação de materiais resistentes, quanto na melhoria das características físicas do solo e das mudas utilizadas nos vinhedos.
O assunto possui extrema relevância na manutenção da atividade vitivinícola, uma vez que esse problema tem sido causa do desestimulo de investimentos no setor e da migração dos agricultores para outras atividades, quando se torna insustentável conviver com a situação.